Coletânea de questões:
Procurador do Estado - Direito Civil - BAB439
40 questões

1

IDR16783

Direito Civil
Tags:
  • Confusão como modo de extinção das obrigações

Paulo, pai de João, é credor de seu único filho, da quantia de 30 mil reais, em razão de contrato de mútuo firmado entre ambos. Vencida a dívida e antes de implementado o pagamento, Paulo veio a óbito, deixando como seu único herdeiro o seu filho João. Entre os bens e direitos herdados por João estava o de receber a quantia de 30 mil reais relativa ao mútuo firmado com Paulo.

Em relação a essa situação hipotética, é correto afirmar que a obrigação de pagamento da quantia de 30 mil reais por parte de João restou extinta em razão de 

novação.

compensação.

confusão.

sub-rogação.

remissão de dívida. 

2

IDR17500

Direito Civil
Tags:
  • Tutela Externa do Crédito

Acerca da tutela externa do crédito, julgue os itens que se seguem.

I. A doutrina da tutela externa do crédito mitiga o princípio da relatividade dos efeitos contratuais.

II. Uma das premissas da tutela externa do crédito é a existência de um dever geral de abstenção no sentido de não ser permitido a terceiro que obste ou dificulte direito do credor em um contrato.

III. A tutela externa do crédito guarda relação com a função social do contrato, especialmente no tocante à eficácia externa da função social.

IV. A responsabilização de terceiros por violação a crédito contratual alheio tem natureza contratual.

Estão certos apenas os itens 

I e III. 

II e IV. 

I, II e III.

I, III e IV. 

II, III e IV.

3

IDR16840

Direito Civil
Tags:
  • Obrigações e Contratos
Nas obrigações de restituir, quando cumprida a obrigação garantida, o credor pignoratício é 

quem recebe do mutuante em penhor um bem imóvel. 

outorgante de garantia real em obrigações legais. 

devedor da obrigação de restituir o bem empenhado. 

proprietário originário do bem dado em garantia.

quem responde pelo desgaste natural da coisa empenhada. 

4

IDR17277

Direito Civil
Tags:
  • Direito Imobiliário
  • Usucapião Especial Familiar

João e Maria, casados desde 2008 em regime da comunhão parcial de bens, divorciaram-se extrajudicialmente em março de 2020, sem tratar da partilha de bens.

Em razão das medidas restritivas implementadas para a contenção da transmissão da covid-19, os ex-cônjuges permaneceram residindo juntos, em estado de composse, no imóvel comum (de propriedade de ambos), cuja área corresponde a 250m².

A situação se manteve até junho de 2022, quando João, finalmente, retirou-se voluntariamente do lar. Nenhuma das partes tem outro imóvel em seu nome.

Em agosto de 2022, Maria ajuíza ação de usucapião especial familiar, a fim de obter a declaração de propriedade exclusiva do bem a seu favor, evitando-se a partilha futura do bem.

Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

Maria tem razão, na medida em que se manteve na posse direta, ininterrupta e sem oposição do bem, por prazo superior a 2 (dois) anos, contados da data do divórcio.

Maria não tem razão, considerando que não houve o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos de posse mansa e pacífica.

Maria não tem razão, porque a usucapião especial urbana só é permitida para imóveis inferiores a 250m².

Maria não tem razão, pois a usucapião especial familiar exige necessariamente o exercício de posse exclusiva do bem, após o abandono do lar do ex-cônjuge, pelo prazo de 2 (dois) anos.

Maria não tem razão, porquanto a convivência no mesmo lar, após o divórcio, evidencia a existência de união estável entre as partes, fato que obsta o pedido de aquisição via usucapião.

5

IDR17502

Direito Civil
Tags:
  • Direito das Sucessões

Considerando o direito das sucessões, julgue os itens a seguir.

I. Na chamada sucessão legitimária, pertence aos herdeiros, de pleno direito, a metade dos bens da herança.

II. Ocorre sucessão irregular quando, não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado à herança, esta se devolve ao município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal.

III. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça e os outros descendentes sempre sucedem por estirpe.

IV. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

Estão certos apenas os itens 

I e III. 

I e IV.  

II e III.  

I, II e IV. 

II, III e IV. 

6

IDR17565

Direito Civil
Tags:
  • Direito Imobiliário
  • Direito de superfície, servidões e usufruto
  • Direito Civil - Parte Geral

Com base no que dispõe o Código Civil a respeito dos institutos jurídicos da superfície, das servidões e do usufruto, assinale a opção correta.

O usufrutuário não tem direito à percepção dos frutos, que deverão ser entregues ao proprietário.

O direito de superfície sempre autoriza também que se faça obra no subsolo.

A concessão da superfície não pode ser gratuita.

O direito de superfície não se transmite a terceiros.

Após o exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente por dez anos, o interessado poderá registrá-la em seu nome no registro de imóveis.

7

IDR16835

Direito Civil
Tags:
  • Direito Constitucional
  • Direito à Privacidade
  • Direitos Fundamentais

Quanto ao alcance da eficácia, o direito à privacidade é classificado como  

real.

absoluto. 

temporário.

acessório.  

patrimonial.

8

IDR16581

Direito Civil
Tags:
  • Exceção do contrato não cumprido

A exceção do contrato não cumprido 

aplica-se aos contratos bilaterais e aos unilaterais.

é diferente da exceção de inseguridade que se aplica aos unilaterais. 

pode ser exercida apenas nas prestações simultâneas.

uma vez alegada conduz à resolução do contrato. 

pode ser invocada por contratante que esteja em mora.

9

IDR17279

Direito Civil
Tags:
  • Sucessão Testamentária e Legítima

Mário, solteiro, sem qualquer descendente ou ascendente vivo, falece em 2022, deixando apenas dois irmãos bilaterais vivos (Jorge e Carlos) e uma irmã unilateral (Irina), pré-morta em 2021. Esta, por sua vez, deixou duas filhas vivas (Raquel e Viviane).

Mário deixou testamento público, celebrado sob as formalidades da lei e firmado pelo tabelião, pelo testador e duas testemunhas, deixando 75% de sua herança para Marta, sua amiga de infância.

Diante desse caso, assinale a afirmativa correta.

Jorge e Carlos herdarão, cada um, 10% (dez por cento) da herança, enquanto Raquel e Viviane herdarão, por representação, o quinhão de 2,5% da herança cada uma.

O testamento público celebrado por Mário, apesar de válido, é ineficaz, porque excedeu o limite de sua parte disponível, ofendendo a legítima dos herdeiros colaterais.

A partilha entre os herdeiros legítimos deve ser igualitária, cabendo a cada um o quinhão correspondente a 6,25% da herança.

Os irmãos bilaterais herdam por direito próprio, na proporção de 8,33% para cada um, enquanto Raquel e Viviane herdam por representação, na proporção de 4,165% para cada uma.

A herança é jacente, atraindo o procedimento especial que visa à declaração de sua vacância, para fins de transferência do acervo hereditário para o Município ou para o Distrito Federal.

10

IDR17173

Direito Civil
Tags:
  • Direito do Consumidor
  • Aplicação do Código de Defesa do Consumidor em serviços públicos
  • Prescrição e Decadência

A concessionária X presta serviços de fornecimento de água e esgotamento sanitário.

Essa concessionária, então, ajuíza, em julho de 2022, ação de cobrança contra Hássio, versando a fatura referente a outubro de 2016. Em reconvenção, Hássio comprova já ter adimplido esta parcela e, no mais, pede a repetição em dobro de todas as tarifas de esgoto pagas nos últimos anos, alegando (e demonstrando) que o serviço não é prestado.

Nesse caso, é correto afirmar que:

diante da natureza do serviço prestado, é inaplicável o Código de Defesa do Consumidor, de modo que o pedido de devolução em dobro só seria possível em relação à parcela paga e indevidamente cobrada em duplicidade judicialmente, nos termos do Art. 940 do Código Civil, para o que se exige a demonstração de má-fé do credor ao proceder à cobrança judicialmente;

mesmo diante da natureza pública do serviço prestado, é aplicável o Código de Defesa do Consumidor; a par disto, é necessário reconhecer a prescrição da cobrança promovida pela concessionária, observado o prazo prescricional quinquenal do Art. 27 da lei consumerista;

mesmo diante da natureza pública do serviço, é aplicável o Código de Defesa do Consumidor, de modo que é viável o pedido de repetição em dobro nos termos do Art. 42, parágrafo único, da Lei n.º 8.078/1990, excluindo-se a possibilidade de postular a penalidade do Art. 940 do Código Civil, diante do princípio da especialidade;

diante da natureza pública do serviço, é inaplicável o Código de Defesa do Consumidor; a par disto, deve-se reconhecer a subsistência do fundo de direito na cobrança, uma vez que o prazo prescricional aplicável é decenal, consoante entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça; 

mesmo diante da natureza pública do serviço, é aplicável o Código de Defesa do Consumidor, sem prejuízo da incidência conjugada do Art. 940 do Código Civil; nada obstante, para aplicar a dobra civil, é necessário demonstrar a má-fé do credor que demanda por dívida já paga, o que não se exige no caso do fornecedor que procede à cobrança indevida.