Coletânea de questões:
Procurador do Estado - Direito Administrativo - 8E9838
40 questões

11

IDR16404

Direito Administrativo
Tags:
  • Processo Administrativo Disciplinar

Em determinado órgão público estadual, portaria do seu dirigente máximo instaurou processo administrativo disciplinar (PAD) contra servidor público, com base em denúncia anônima, sem exposição detalhada dos fatos a serem apurados.

Nessa situação hipotética, a instauração do PAD deve ser considerada

ilegal, porque não pode ser baseada em denúncia anônima. 

ilegal, porque a portaria deveria necessariamente detalhar os fatos. 

ilegal, por contrariar o princípio da autotutela.

legal, se amparada em investigação ou sindicância.

ilegal, ainda que amparada em sindicância.

12

IDR17352

Direito Administrativo
Tags:
  • Validade de contrato administrativo

De acordo com a lei, a autoridade administrativa competente, ao decidir sobre a validade de um contrato administrativo, deverá

considerar as circunstâncias práticas que condicionaram a ação do agente. 

buscar solução jurídica proporcional compatível com os interesses gerais.

impor compensação por benefícios indevidos auferidos pelo contratado. 

considerar possíveis exigências de políticas públicas afetas aos direitos de minorias.

deixar de aplicar penalidade aos responsáveis pelas irregularidades verificadas, diante do interesse público envolvido. 

13

IDR16895

Direito Administrativo
Tags:
  • Direito Constitucional
  • Responsabilização de Prefeitos
  • Autonomia das instâncias penal e administrativa

À luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, diante da existência de indícios da prática, por Prefeito municipal, de ato que pode caracterizar tanto crime de responsabilidade, tipificado na lei especial pertinente, como ato de improbidade administrativa, previsto na lei respectiva, caberá promover a responsabilização do Prefeito

tanto por improbidade administrativa, como pelo cometimento de crime de responsabilidade, desde que se trate de infração penal, não cabendo a responsabilização simultânea se o ato tipificado como crime de responsabilidade tiver natureza de infração político-administrativa, sob pena de ocorrer bis in idem. 

tanto pelo cometimento de crime de responsabilidade, independentemente de se tratar de infração penal ou político-administrativa, como por improbidade administrativa, em virtude da autonomia das instâncias de responsabilização, não havendo que se falar em bis in idem nessa hipótese.

apenas pelo cometimento de crime de responsabilidade, independentemente de se tratar de infração penal ou político- -administrativa, por se cuidar de agente político, regido por normas especiais de responsabilidade, não se lhe aplicando as penalidades pela prática de ato de improbidade, sob pena de ocorrer bis in idem. 

tanto por improbidade administrativa, como pelo cometimento de crime de responsabilidade, desde que se trate de infração político-administrativa, não cabendo a responsabilização simultânea se o ato tipificado como crime de responsabilidade tiver natureza de infração penal, sob pena de ocorrer bis in idem.

apenas pela prática de ato de improbidade, por meio de ação civil pública de competência originária do Tribunal de Justiça do Estado, em virtude da prerrogativa de foro assegurada ao Prefeito, enquanto estiver no exercício do cargo. 

14

IDR16315

Direito Administrativo
Tags:
  • Nova Lei de Licitações

A Nova Lei de Licitações - Lei n.º 14.133/2021 – trouxe diversas inovações, em comparação com a Lei n.º 8.666/1993. Dentre elas:

A promoção do desenvolvimento nacional sustentável como objetivo do processo licitatório. 

O impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente. 

Limitação ao tratamento favorecido das microempresas e empresas de pequeno porte na licitação, quando o objeto da futura contratação superar a receita bruta máxima admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte. 

Tratamento diferenciado das licitações e contratações que envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou de organismo financeiro de que o Brasil seja parte.

Previsão de regime de contratação por empreitada integral, em que se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação. 

15

IDR16805

Direito Administrativo
Tags:
  • Direito Civil
  • Devolução de valores pagos indevidamente a servidores públicos
  • Princípio da legalidade
  • Boa-fé objetiva

Determinado servidor público constatou ter recebido, no pagamento do mês atual, um valor 30% maior do que o habitual. Ele não estava de férias, não havia recebido qualquer indenização e não havia tido notícia de alteração legal. Em conversa sobre o assunto com seus colegas de repartição, foi por eles orientado a permanecer inerte, já que não havia feito nenhum pedido indevido nem prestado qualquer informação falsa ou equivocada para o departamento responsável pelo pagamento. Não havia, pois, dado causa ao pagamento adicional.    

 Na folha de pagamento seguinte, a administração constatou o equívoco e, considerando seu dever de agir à luz do princípio da legalidade, da autotutela e da indisponibilidade do interesse público sobre o privado, interrompeu o pagamento do valor excedente e solicitou a devolução do valor recebido a maior pelo servidor.      

Considerando-se a aplicação do princípio da boa-fé objetiva à luz jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que, nessa situação hipotética, 

é devida a exigência de devolução dos valores pagos a maior pelo servidor beneficiado, de forma solidária com os demais servidores que o orientaram a permanecer inerte, sendo adequada a interrupção do pagamento do excedente na folha de pagamento.

é indevida a exigência de devolução da quantia paga a maior pela administração, uma vez que não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor, além de ser exigível a manutenção do pagamento do excedente, já que o servidor não concorreu para o erro e a remuneração é irredutível, por força de disposição constitucional. 

é indevida a exigência de devolução da quantia paga a maior pela administração, uma vez que não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor, embora a administração possua a prerrogativa de corrigir o erro, no exercício do seu poder de autotutela. 

é devida a exigência de devolução dos valores pagos a maior ao servidor, independentemente de o pagamento ter ocorrido em razão de erro operacional, de cálculo ou decorrente de incorreta ou inadequada interpretação da lei, podendo o erário interromper o pagamento da parcela em excesso.

é devida a exigência de devolução dos valores pagos a maior ao servidor, mesmo que ele não tenha concorrido para o erro da administração, sendo também adequada a interrupção do pagamento do excedente na folha de pagamento.  

16

IDR17251

Direito Administrativo
Tags:
  • Direito Ambiental
  • Desapropriação e Tredestinação de Bens
  • Preservação do Meio Ambiente

Com objetivo de executar políticas públicas de preservação do meio ambiente, em especial na área de saneamento básico, o Estado Alfa promoveu a desapropriação do imóvel de João, com finalidade específica de construir no local uma estação de tratamento de esgoto.

Ocorre que, após a execução do ato expropriatório, para atender ao interesse coletivo devidamente justificado, o Estado Alfa construiu no local um aterro sanitário municipal para destinação final de resíduos sólidos, alterando a destinação do bem.

No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, ocorreu a chamada

adestinação.

tredestinação lícita.

retrocessão por desvio de finalidade ilícito.

tredestinação ilícita.

retrocessão por motivação lícita.

17

IDR16905

Direito Administrativo
Tags:
  • Ato Administrativo

Um gestor contratual atesta de forma definitiva, mediante termo detalhado, o recebimento de um produto nos autos do processo administrativo dedicado à gestão contratual. Todavia, uma auditoria do órgão constata que o produto recebido, embora embalado como se fosse da qualidade “A”, prevista no contrato, era na realidade da qualidade “B”, notoriamente inferior. Notificada, a empresa contratada alega erro em seu processo produtivo e se dispõe a substituir o produto.

De acordo com a situação acima, o ato administrativo de recebimento do objeto contratual deve ser

cassado, em vista do descumprimento de requisitos por seu beneficiário.  

invalidado, por vício de motivo.  

convalidado, uma vez que haja a substituição do material equivocadamente fornecido.

revogado, com base em exercício de discricionariedade técnica.

mantido, com base no princípio da economia processual.

18

IDR17707

Direito Administrativo
Tags:
  • Ação de Improbidade Administrativa

Acerca da ação de improbidade administrativa, segundo o posicionamento atual do STF, é possível afirmar que

a Administração Pública Direta somente possui legitimidade ativa nesse tipo de ação nas hipóteses em que o Ministério Público não promover esse tipo de ação.

as autarquias não têm legitimidade ativa para esse tipo de ação.

a Administração Pública Direta não possui legitimidade para propor esse tipo de ação.

há legitimidade ativa concorrente entre o Ministério Público e os entes públicos lesados, para ajuizar esse tipo de ação.

o Ministério Público é o único legitimado a propor esse tipo de ação, e os entes públicos poderão apenas atuar na condição de assistentes.

19

IDR16403

Direito Administrativo
Tags:
  • Direitos Humanos
  • Responsabilidade Civil do Estado

Em determinado estado da Federação, um preso ajuizou ação contra o Estado, requerendo indenização por ressarcimento de danos, inclusive morais, em razão da insuficiência de condições legais de encarceramento.

Nessa situação hipotética, a ação poderá ser julgada 

improcedente, pois o Estado seria responsável apenas em caso de falta total de condições legais de encarceramento. 

procedente quanto aos danos materiais, se for provado o nexo causal das alegações, e improcedente quanto aos danos morais. 

improcedente quanto ao dano moral individual, pois a sua possibilidade só se configuraria no âmbito coletivo. 

improcedente, pois, conforme a jurisprudência do STF, não há responsabilidade do Estado por insuficiência ou falta de condições carcerárias. 

procedente quanto aos danos materiais e morais, se ficar provado o nexo causal das alegações. 

20

IDR16321

Direito Administrativo
Tags:
  • Alienação de bens públicos

A alienação de bens públicos imóveis de titularidade do Estado de Goiás  

tem lugar nos casos em que referidos bens tenham se tornado inservíveis ao atendimento da finalidade pública, exigindo-se autorização legislativa prévia apenas quando originalmente tiverem sido classificados como bens de uso especial. 

pode se dar por ato do Chefe do Executivo estadual quando se tratar de bens dominicais, não sendo exigida autorização legislativa prévia para tanto, diante da presunção de não afetação dos mesmos a interesse público. 

depende de autorização legislativa específica quando se tratar de área institucional estadual, uma vez que o domínio é adquirido com o registro do loteamento à margem da matrícula da área maior, não por ato voluntário da Administração pública. 

exige demonstração de interesse público específico quando se tratar de bens de uso especial, dispensada nos casos de bens dominicais, porque não empregados a serviço ou utilidade pública.

depende, além de requisitos materiais e procedimentais legalmente previstos, de prévia autorização legislativa, como expressão do poder de controle exercido pelo Legislativo sobre os atos do Executivo.