Questões da prova:
Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte - 2021 - FGV - Delegado de Polícia Civil
97 questões

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IDR15790

Direito Processual Penal
Tags:
  • Direito Penal
  • Inquérito Policial
  • Habeas Corpus
  • Legítima Defesa

No curso de inquérito policial, a autoridade policial indiciou Napoleão pela prática do crime de homicídio qualificado, em que pese os elementos de informação colhidos demonstrassem de maneira clara que o investigado agiu em legítima defesa.

Visando combater tal decisão e buscar o “trancamento” do inquérito policial, o advogado de Napoleão poderá:

interpor recurso para o chefe de polícia;

impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau;

impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento o Tribunal de Justiça respectivo;

interpor recurso em sentido estrito, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau;

impetrar habeas corpus para análise pelo chefe de polícia.

42

IDR15791

Direito Processual Penal
Tags:
  • Direito Constitucional
  • Audiência de Custódia
  • Direitos Fundamentais

Giovani foi preso em flagrante pela prática do crime de homicídio qualificado, sendo lavrado o auto de prisão respectivo em 18/12/2020.

Considerando que até o dia 22/12/2020 o preso, sem qualquer motivação idônea, ainda não havia sido apresentado ao juiz para realização de audiência de custódia, a prisão:

será mantida, pois a realização da audiência de custódia é facultativa;

tornou-se ilegal, devendo ser relaxada pelo delegado de polícia;

será mantida, pois a audiência de custódia será dispensável quando tratar-se de crime hediondo ou inafiançável;

tornou-se ilegal, devendo ser relaxada pela autoridade judiciária competente;

será mantida, pois a legislação vigente não prevê a realização de audiência de custódia.

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IDR15792

Direito Processual Penal
Tags:
  • Direito Penal
  • Prescrição e Decadência no Direito Penal
  • Ação Penal Privada

Ao sair de sua casa, em 17/05/2020, Miriam foi surpreendida por faixa anônima estendida na via pública com diversas ofensas à sua honra. Diante da humilhação sofrida, Miriam deixou o país e foi morar no exterior sem se interessar em descobrir o responsável pelos fatos. Em 03/01/2021, Miriam recebeu mensagem de Sandra, sua antiga vizinha, confessando ser ela a autora das ofensas, bem como esclarecendo que informou os fatos ao delegado de polícia, em razão de seu arrependimento. Miriam entrou em contato com seu advogado, em 25/01/2021, para esclarecimentos jurídicos, informando que permanece no exterior.

O advogado deverá esclarecer naquela data que o crime praticado seria de injúria, de ação penal privada, logo:

a abertura do inquérito policial poderá ser determinada pela autoridade policial, diretamente, mas a ação penal depende da iniciativa da vítima;

a abertura do inquérito policial não poderá ser determinada pela autoridade policial nem requerida por Miriam, pois operou-se o prazo prescricional para representação;

a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, mas, se através de procurador, exigem-se poderes especiais;

a inicial acusatória não poderá ser oferecida por Miriam, pois operou-se o prazo decadencial;

a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, pessoalmente ou por procurador sem poderes especiais.

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IDR15793

Direito Processual Penal
Tags:
  • Medidas assecuratórias e sequestro de bens

Em 28/11/2020, foi aberto inquérito policial para investigar a prática do crime de comércio ilegal de armas por parte de Flávio. No curso da investigação, foram obtidos indícios veementes de que Flávio adquiriu um imóvel com o dinheiro proveniente do crime, posteriormente alienado a seu sogro.

Sendo esse o único bem que constava em nome do investigado antes da alienação, o seu sequestro:

não poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, pois o bem já se encontra em nome de terceiro;

poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, mesmo antes do oferecimento da denúncia;

não poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, por se tratar de bem imóvel;

poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, sem a possibilidade de oposição de embargos de terceiro;

não poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, dado não haver condenação a demonstrar a prova efetiva da proveniência ilícita do bem.

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IDR15794

Direito Processual Penal
Tags:
  • Direito Penal
  • Crime de ameaça e ação penal pública condicionada
  • Retratação da representação

Noeli compareceu à delegacia de polícia para registrar boletim de ocorrência contra seu companheiro Erson pelo crime de ameaça. Após chegar em casa, Noeli ouve pedido de desculpa de seu companheiro e apelos para que desista da representação.

Considerando o disposto na legislação aplicável, quanto à possibilidade de retratação da representação apresentada, Noeli:

não poderá desistir da representação, por tratar-se de ação pública;

poderá se retratar perante a autoridade policial até o oferecimento da denúncia;

poderá se retratar perante o juiz, em audiência especial, até o recebimento da denúncia;

poderá se retratar perante o juiz ou a autoridade policial até a sentença;

não poderá se retratar após o oferecimento da denúncia, ainda que na presença do juiz e acompanhada de advogado.

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IDR15795

Direito Penal
Tags:
  • Crime de tortura

A Lei n.º 9.455/1997 tipifica o crime de tortura e aponta as suas diversas espécies. Sobre o delito em questão, analise as afirmativas a seguir.

I. admite tentativa;

II. é insuscetível de graça ou anistia, mas permite o indulto;

III. pode ser praticado por conduta comissiva ou omissiva.

Está correto somente o que se afirma em:

I;

III;

I e II;

I e III;

II e III.

47

IDR15796

Direito Penal
Tags:
  • Tráfico de Drogas
  • Causas de Aumento de Pena
  • Tráfico Privilegiado

Maria, 61 anos, primária e de bons antecedentes, é responsável pela criação de três netos com idades entre 10 e 16 anos. Em dificuldade financeira, aceita proposta de um vizinho para levar 1 kg de maconha da cidade de Natal, onde reside, para Mossoró, no mesmo Estado, recebendo um salário mínimo pelo serviço. Maria, porém, foi flagrada por policiais militares em abordagem de rotina quando transportava a droga em uma bolsa que estava no maleiro do ônibus intermunicipal por ela utilizado, admitindo a empreitada criminosa.

Diante desse quadro fático, o comportamento de Maria configura, de acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, crime de:

tráfico majorado pela infração ter sido praticada no interior de transporte público, não fazendo jus à forma privilegiada;

tráfico majorado pela infração ter sido praticada no interior de transporte público, reconhecida a forma privilegiada;

tráfico privilegiado sem causa de aumento, admitindo a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos;

tráfico privilegiado sem causa de aumento, não podendo a pena privativa de liberdade ser substituída por restritiva de direitos por ter natureza assemelhada aos crimes hediondos;

tráfico majorado em razão da intermunicipalidade do transporte, não sendo aplicável a causa de diminuição de pena decorrente do tráfico privilegiado.

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IDR15797

Direito Penal
Tags:
  • Direito Processual Penal
  • Violência doméstica e Lei Maria da Penha
  • Substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos
  • Direitos da vítima e procedimentos legais

Paula namorou João por onze meses, tendo dado fim ao relacionamento em razão do comportamento ciumento e agressivo deste. Três meses após, João, inconformado com o fim do relacionamento, abordou Paula na saída do seu trabalho e, após desferir um soco em seu rosto, causando-lhe lesão leve, ainda a perseguiu até sua casa, ameaçando-a de morte caso não retomasse o namoro. Temendo a reação de João, Paula registrou o ocorrido, sendo os fatos confirmados por perícia e testemunhas que presenciaram o evento. João foi denunciado pelos crimes de lesão corporal e ameaça.

Diante do que foi acima narrado, é correto constatar que:

o fato não se encaixa na Lei Maria da Penha, pois ocorrido após o fim do relacionamento entre João e Paula;

caso condenado, João poderá ter sua pena privativa de liberdade substituída por restritiva de direitos;

a natureza leve da lesão causada tornou indispensável a representação da vítima para denúncia do crime de lesão;

caso condenado, em razão da natureza dos delitos, João não poderá apelar em liberdade;

caso condenado por pena de até dois anos, João poderá ser beneficiado com a aplicação do sursis da pena, não sendo cabível, contudo, a suspensão condicional do processo.

49

IDR15798

Direito Penal
Tags:
  • Crimes de posse e disparo de arma de fogo

Após discutir com alguns vizinhos, Lúcio efetuou disparos de arma de fogo para o alto na via pública, atingindo o telhado de uma das casas, o que fez com que os moradores da localidade, dois dias depois, registrassem o fato na delegacia de polícia. A autoridade policial representou pela busca e apreensão de eventual prova de crime na residência de Lúcio, o que foi deferido pelo juízo competente. No cumprimento do mandado, foi apreendida na residência uma arma de fogo sem registro, sendo certo que Lúcio não tinha autorização legal para portar ou possuir qualquer tipo de arma.

Restando comprovados os fatos por prova oral e pericial, Lúcio:

responderá pelos crimes de posse de arma de fogo e de disparo de arma de fogo, na forma continuada;

responderá apenas pelo crime de disparo de arma de fogo, ficando o crime de posse absorvido pela consunção;

responderá pelos crimes de posse de arma de fogo e de disparo de arma de fogo, em concurso material;

responderá apenas pelo crime de posse de arma de fogo, configurando o disparo pós-fato impunível;

não responderá por qualquer delito, pois os crimes de posse e disparo de arma de fogo exigem perigo concreto.

50

IDR15799

Legislação de Trânsito
Tags:
  • Direito Penal
  • Crimes de trânsito
  • Responsabilidade penal no trânsito

Durante almoço comemorativo, José emprestou seu carro a Matheus, para que ele fosse buscar sua namorada, ciente de que este não possuía carteira de habilitação. Quando trafegava normalmente pela via pública, Matheus foi parado em blitz rotineira, sendo constatado que não possuía a devida autorização legal para dirigir.

Diante desse quadro fático, de acordo com as previsões legais e jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

José responderá pelo crime de entregar veículo automotor a pessoa não habilitada, enquanto Matheus deverá ser absolvido em razão da atipicidade comportamental;

José e Matheus não responderão por qualquer infração penal, pois suas condutas não geraram qualquer perigo de dano ao bem jurídico protegido;

a conduta de José é atípica, devendo Matheus responder pelo crime de dirigir veículo em via pública sem a devida permissão ou habilitação;

caso viesse a causar lesão culposa em terceiro, Matheus responderia pelos crimes de lesão culposa na direção de veículo automotor e de dirigir em via pública sem a devida permissão ou habilitação, em concurso material;

José responderá pelo crime de entregar veículo automotor a pessoa não habilitada, enquanto Matheus responderá pelo crime de dirigir veículo em via pública sem a devida permissão ou habilitação.