STJ aduz que não há assédio moral em transferência de servidor

Por Elen Moreira - 05/03/2020 as 13:10

Ao julgar agravo interno interposto contra decisão no Agravo em Recurso Especial que negou provimento ao recurso, mantendo a improcedência do pleito de assedio moral, o Superior Tribunal de Justiça concluiu, também, pela não configuração do ilícito “a partir da interpretação do art. 2° da Lei estadual 12.250/06, que define o assédio moral no âmbito do Estado de São Paulo”. 

Entenda o caso

O Juízo de 1º Grau julgou improcedente o pedido formulado na inicial da ação ordinária, intentada com objetivo de condenação do Município réu ao pagamento de verbas decorrentes do exercício de serviço público e indenização por danos morais, diante do alegado assédio moral.

LEIA TAMBÉM:

A decisão agravada foi interposta no Agravo em Recurso Especial, essa interposta contra decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que inadmitiu o Recurso Especial. 

Opostos Embargos de Declaração, foram rejeitados.

Nas razões do Recurso Especial a agravante aponta divergência jurisprudencial e violação ao artigo 489, § 1º, VI do CPC/2015, sustentando, quanto ao assédio moral, que “[...] a Apelante foi submetida a situações humilhantes e constrangedoras, que por sua vez se repetiram durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções”.

Decisão do STJ

A ministra Assusete Magalhães manteve a decisão do TJSP e reiterou a decisão, no sentido de que “A mera transferência do servidor a serviço da administração pública não é suficiente para caracterizar assédio moral. Ausência de prova de perseguição política.” e assim ressaltou no acórdão:

Quanto ao assédio moral, ademais, partiu da interpretação do art. 2° da Lei estadual 12.250/06, que define o assédio moral no âmbito do Estado de São Paulo, para concluir pela não configuração do ilícito. Dessa forma, é inviável a análise do ponto, ante o óbice da Súmula 280/STF: "Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário".

Com isso, foi negado provimento ao agravo interno.

Número de processo: 1.479.781