Serviços comunitários para adolescentes após vídeo ofensivo

Duas adolescentes deverão prestar serviços e ler livro antirracista após publicarem vídeo discriminatório contra colega de escola.

Por determinação da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, duas adolescentes responsáveis por um vídeo ofensivo veiculado em rede social contra uma colega de escola, deverão cumprir serviços comunitários e realizar leitura educativa. Injúrias raciais, gordofobia, homofobia e classicismo foram as infrações cometidas pelas jovens, que tinham 12 anos na época do ocorrido.

Além de prestar serviços à comunidade por seis meses, com uma carga de quatro horas semanais, as adolescentes receberam como medida protetiva educativa a obrigação de ler o 'Pequeno Manual Antirracista', de Djamila Ribeiro. A obra é uma referência no combate ao racismo e será tema de um trabalho escrito e uma exposição oral a serem apresentados à juíza Vanessa Cavalieri em 3 de dezembro, conforme consta na sentença.

Uma terceira adolescente envolvida no caso foi isentada da medida socioeducativa devido ao seu arrependimento sincero e compreensão do erro, conforme evidenciado em audiência. Entretanto, a mesma medida protetiva de leitura e apresentação do trabalho foi aplicada a ela.

A decisão ressalta o sofrimento contínuo da vítima, evidenciado por seu depoimento e uma redação apresentada pela mãe, e a preocupação da juíza com o aumento de atos infracionais envolvendo jovens, atribuído ao uso frequente e não supervisionado de tecnologias digitais.