Suspensão do Telegram por Não Entregar Dados Completos à Polícia Federal sobre Neonazistas

Por Giovanna Fant - 27/04/2024 as 16:19

A Justiça determinou a suspensão do aplicativo de mensagens Telegram por não entregar todas as informações de grupos neonazistas que utilizavam a plataforma.

 

Entenda o Caso

A Diretoria de Inteligência da Polícia Federal alegou que as empresas de telefonia e o Google e a Apple receberão o ofício referente à suspensão do aplicativo.

Apesar de ter fornecido parte dos dados requeridos pela PF, não foram enviados os contatos e dados dos integrantes, que também foram solicitados previamente.

Além da suspensão da plataforma, a Justiça aumentou a multa de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia em que se recusaram a fornecer o material.

De acordo com a Polícia Federal, a solicitação de acesso aos dados do grupo foi realizada após a descoberta da interação do assassino que realizou o ataque em uma escola em Aracruz, com materiais antissemitas pela plataforma.

Os dados de administradores e integrantes do grupo foram requeridos pela polícia para a apuração de conexões e se teria havido alguma influência no crime na escola.

Outros casos de violência em escolas estão sendo investigados pelo Ministério da Justiça, após o ataque em Aracruz, para saber se há ou não a influência e o envolvimento de grupos extremistas.

 

Investigação

Flávio Dino solicitou a investigação de células que faziam apologia ao nazismo, em abril deste ano. A PF acabou descobrindo que havia conexão entre grupos neonazistas e adolescentes para os crimes de violência nas escolas.

O ministro alegou que as investigações encontraram grupos paulistas e goianos que recrutavam adolescentes do Maranhão, disseminando conteúdos antissemitas.

A investigação resultou em uma série de operações voltadas a adolescentes e adultos. Um dos adolescentes foi encontrado no interior de São Paulo, em Monte Mor. Rastreado por mensagens, após denúncias de alunos maranhenses, ele foi encontrado com vários objetos nazista e, ainda, uma réplica de arma de fogo.

Não só ele foi rastreado: outros adolescentes, desta vez no Piauí e no Rio Grande do Sul, foram encontrados e apreendidos com símbolos nazistas, faca e publicando discurso de ódio nas redes sociais.